Tetra mundial, Cobrinha não sabe se vai lutar a edição do ano que vem
O Jiu-Jitsu é fonte de inesgotável alegria, sabedoria e realização para Rubens Charles Maciel “Cobrinha”. E não é preciso explicar muito, basta conferir suas vitórias (no sentido mais amplo da palavra) na carreira e seu talento para a arte suave, disponível aos olhos de todos no Mundial, a cada ano que passa.
No último final de semana o faixa-preta da Alliance conquistou mais um título Mundial entre os penas e se consagrou tetracampeão. Igualando-se ao feito de Royler Gracie (1996, 1997,1998 e 1999). Curiosamente, Cobrinha começou sua campanha dez anos depois de Royler. Desde 2006 o lutador domina a categoria pena no Mundial (2006, 2007, 2008 e 2009).
No Pan desse ano, ele abocanhou o tri e coroou sua campanha com sucesso (2007, 2008 e 2009). Vitorioso é, portanto, um adjetivo justo para esse paranaense, que mudou-se para São Paulo aos três anos de idade, passou aperto quando desempregadoteve que dormir no dojô da academia e almoçar na casa de amigos e que com nove anos de carreira já garantiu um respeitável lugar no rol da história do Jiu-Jitsu.
Como foi a luta contra Bruno Frazatto?
Fiquei tentando atacar o tempo todo e quando faltava um minuto para o final da luta consegui chegar numa boa posição. Eu acho que essa luta foi uma das melhores que eu já fiz com ele. Sei que ele tinha traçado uma estratégia, mas acabou que não veio dando certo. Eu procurei não deixar ele colocar na posição que ele queria. Ele resolveu usar os outros recursos que ele tinha, como a excelente guarda. Tentava tirar a perna dele da frente do meu rosto e aparecia perna pra todos os lados. Ele mostrou que tem uma guarda excelente. Espero que ele continue assim mostrando o Jiu-Jitsu que mostrou na final. É esse o Jiu-Jitsu que todos querem ver.
Falou-se muito do seu confronto com o Rafael Mendes. Como foi enfrentá-lo nas semifinais?
Não tive nenhuma pressão, até porque na minha vida nada foi fácil. Sempre tive que conquistar minhas metas sobre pressão, sempre caindo e levantando. Agora eu posso confessar uma coisa: sou um cara muito vaidoso e isso estava me prejudicando. Isso era o que mais me preocupava. Tive várias conversas com o Roméro Jacaré e ele me deu muitos conselhos. Isso porque toda vez que eu ia lutar com o garoto queria pegar e sair da posição e nisso eu ia tomando vantagem na luta. O Jacaré me chamou para conversar e me disse: “Olha, você tem que jogar nas regras. Você tem que fazer isso. O caminho é esse. Daí eu até tentava escutá-lo, mas minha vaidade falava mais alto. Então essa era a pressão que eu tinha em mim, lidar com a minha vaidade. Até que eu consegui bem lidar com ela. Não foi fácil porque eu sempre entro em uma luta determinado para finalizar, para tentar soltar tudo que treinei, mas há lutas que não tem como você fazer isso. Era isso que o Jacaré estava tentando colocar na minha cabeça. Quando o Fabio Gurgel chegou em Atlanta me falou o mesmo: “Dessa vez vamos jogar nas regras”. Era isso que passava na minha cabeça “será que eu vou conseguir fazer isso e brigar contra a minha vaidade?”
Qual é a sua motivação para continuar competindo?
A minha motivação de continuar competindo é porque tudo que eu tenho é graças o Jiu-Jitsu. É isso que me faz continuar competindo. Eu ainda tenho motivação de sobra para competir, mas também não posso só pensar em competir, até porque temos um esporte maravilhoso que ainda só te dá o prestigio. Por isso, temos que saber administrar para poder colher o que semeamos. Um atleta não vive só de glória das conquistas. Temos contas a serem pagas no final do mês. Temos metas de um dia se aposentar bem. Para isso temos que correr contra o tempo. Eu acho que esse é o meu momento.
Você disse que iria parar, mas que agora vai em busca do penta mundial. Como vem amadurecendo essa idéia e por que acha que está na hora de parar?
Eu sempre procuro colocar metas na minha vida. Então quando comecei a lutar queria me consagrar campeão mundial na faixa-preta. Quando consegui alcançar a minha meta tinha que colocar mais algumas metas, defini então que eu seria tetra na categoria pena. Afinal, foram poucas as pessoas que conseguiram esse feito. Que eu saiba só o Royler, que é uma lenda da arte suave. Coloquei essa meta e hoje estou realizado. Eu até tinha falado em lutar o ano que vem, mas eu acho que ainda é cedo para eu falar em lutar mais um Mundial. Talvez esse tenha sido o último. Vou me dedicar mais dando aula e tentar transmitir um pouco do meu conhecimento e da minha experiência. Eu acho ser um atleta de ponta envolve muita coisa muita dedicação, paciência e reconhecimento. Acho que agora está na hora de dar um tempo e começar a colher um pouco do que eu plantei até agora, tendo mais tempo para dar meus seminários e minhas aulas particulares, que tive que cancelar para me dedicar integralmente aos treinos para o Mundial.
Para fechar, gostaria de dizer algo a mais?
Queria agradecer algumas pessoas que foram muito importantes para mim esse ano. A Dra. Débora Pearson, até porque sem ela talvez eu não teria lutado. Uma semana antes do Pan 2009 eu machuquei as costas e ela veio me tratando. O Teice, meu preparador físico, que tem um treinamento chamado cross fit. Aos alunos que se dobraram para me ajudar nos treinos, ao Romero Jacaré, ao Fábio Gurgel, por ter trazido todo a tropa do Brasil para fortalecer os treinos e manter a união da equipe. Quero agradecer a todos os meus fãs no Jiu-Jitsu, porque eu sei o quanto eles sofrem quando eu vou lutar. Não poderia deixar de falar do mestre Mauro Pacífico, e minha esposa Daniela por me agüentar nas dietas. Ela diz que não é nada fácil (risos).
O Jiu-Jitsu é fonte de inesgotável alegria, sabedoria e realização para Rubens Charles Maciel “Cobrinha”. E não é preciso explicar muito, basta conferir suas vitórias (no sentido mais amplo da palavra) na carreira e seu talento para a arte suave, disponível aos olhos de todos no Mundial, a cada ano que passa.
No último final de semana o faixa-preta da Alliance conquistou mais um título Mundial entre os penas e se consagrou tetracampeão. Igualando-se ao feito de Royler Gracie (1996, 1997,1998 e 1999). Curiosamente, Cobrinha começou sua campanha dez anos depois de Royler. Desde 2006 o lutador domina a categoria pena no Mundial (2006, 2007, 2008 e 2009).
No Pan desse ano, ele abocanhou o tri e coroou sua campanha com sucesso (2007, 2008 e 2009). Vitorioso é, portanto, um adjetivo justo para esse paranaense, que mudou-se para São Paulo aos três anos de idade, passou aperto quando desempregadoteve que dormir no dojô da academia e almoçar na casa de amigos e que com nove anos de carreira já garantiu um respeitável lugar no rol da história do Jiu-Jitsu.
Como foi a luta contra Bruno Frazatto?
Fiquei tentando atacar o tempo todo e quando faltava um minuto para o final da luta consegui chegar numa boa posição. Eu acho que essa luta foi uma das melhores que eu já fiz com ele. Sei que ele tinha traçado uma estratégia, mas acabou que não veio dando certo. Eu procurei não deixar ele colocar na posição que ele queria. Ele resolveu usar os outros recursos que ele tinha, como a excelente guarda. Tentava tirar a perna dele da frente do meu rosto e aparecia perna pra todos os lados. Ele mostrou que tem uma guarda excelente. Espero que ele continue assim mostrando o Jiu-Jitsu que mostrou na final. É esse o Jiu-Jitsu que todos querem ver.
Falou-se muito do seu confronto com o Rafael Mendes. Como foi enfrentá-lo nas semifinais?
Não tive nenhuma pressão, até porque na minha vida nada foi fácil. Sempre tive que conquistar minhas metas sobre pressão, sempre caindo e levantando. Agora eu posso confessar uma coisa: sou um cara muito vaidoso e isso estava me prejudicando. Isso era o que mais me preocupava. Tive várias conversas com o Roméro Jacaré e ele me deu muitos conselhos. Isso porque toda vez que eu ia lutar com o garoto queria pegar e sair da posição e nisso eu ia tomando vantagem na luta. O Jacaré me chamou para conversar e me disse: “Olha, você tem que jogar nas regras. Você tem que fazer isso. O caminho é esse. Daí eu até tentava escutá-lo, mas minha vaidade falava mais alto. Então essa era a pressão que eu tinha em mim, lidar com a minha vaidade. Até que eu consegui bem lidar com ela. Não foi fácil porque eu sempre entro em uma luta determinado para finalizar, para tentar soltar tudo que treinei, mas há lutas que não tem como você fazer isso. Era isso que o Jacaré estava tentando colocar na minha cabeça. Quando o Fabio Gurgel chegou em Atlanta me falou o mesmo: “Dessa vez vamos jogar nas regras”. Era isso que passava na minha cabeça “será que eu vou conseguir fazer isso e brigar contra a minha vaidade?”
Qual é a sua motivação para continuar competindo?
A minha motivação de continuar competindo é porque tudo que eu tenho é graças o Jiu-Jitsu. É isso que me faz continuar competindo. Eu ainda tenho motivação de sobra para competir, mas também não posso só pensar em competir, até porque temos um esporte maravilhoso que ainda só te dá o prestigio. Por isso, temos que saber administrar para poder colher o que semeamos. Um atleta não vive só de glória das conquistas. Temos contas a serem pagas no final do mês. Temos metas de um dia se aposentar bem. Para isso temos que correr contra o tempo. Eu acho que esse é o meu momento.
Você disse que iria parar, mas que agora vai em busca do penta mundial. Como vem amadurecendo essa idéia e por que acha que está na hora de parar?
Eu sempre procuro colocar metas na minha vida. Então quando comecei a lutar queria me consagrar campeão mundial na faixa-preta. Quando consegui alcançar a minha meta tinha que colocar mais algumas metas, defini então que eu seria tetra na categoria pena. Afinal, foram poucas as pessoas que conseguiram esse feito. Que eu saiba só o Royler, que é uma lenda da arte suave. Coloquei essa meta e hoje estou realizado. Eu até tinha falado em lutar o ano que vem, mas eu acho que ainda é cedo para eu falar em lutar mais um Mundial. Talvez esse tenha sido o último. Vou me dedicar mais dando aula e tentar transmitir um pouco do meu conhecimento e da minha experiência. Eu acho ser um atleta de ponta envolve muita coisa muita dedicação, paciência e reconhecimento. Acho que agora está na hora de dar um tempo e começar a colher um pouco do que eu plantei até agora, tendo mais tempo para dar meus seminários e minhas aulas particulares, que tive que cancelar para me dedicar integralmente aos treinos para o Mundial.
Para fechar, gostaria de dizer algo a mais?
Queria agradecer algumas pessoas que foram muito importantes para mim esse ano. A Dra. Débora Pearson, até porque sem ela talvez eu não teria lutado. Uma semana antes do Pan 2009 eu machuquei as costas e ela veio me tratando. O Teice, meu preparador físico, que tem um treinamento chamado cross fit. Aos alunos que se dobraram para me ajudar nos treinos, ao Romero Jacaré, ao Fábio Gurgel, por ter trazido todo a tropa do Brasil para fortalecer os treinos e manter a união da equipe. Quero agradecer a todos os meus fãs no Jiu-Jitsu, porque eu sei o quanto eles sofrem quando eu vou lutar. Não poderia deixar de falar do mestre Mauro Pacífico, e minha esposa Daniela por me agüentar nas dietas. Ela diz que não é nada fácil (risos).
Fonte GracieMAG
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