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segunda-feira, junho 15, 2009

Romero Jacaré em bate papo

Professor da Alliance avalia o desempenho da equipe no Mundial
Romero Jacaré acompanhou de perto a atuação de seus pupilos da Alliance no Mundial deste ano em Long Beach e não quis ficar de fora no trabalho de repercussão feito por GRACIEMAG com atletas e professores. O professor aproveitou e comentou a vitória por equipes conquistada, o tetra de Cobrinha, a derrota de Lepri e ainda falou da luta para vencer uma de suas mais árduas lutas de sua vida. Confira.

O que achou do desempenho da Alliance neste Mundial?
O nível técnico dos nossos atletas é excepcional, temos a melhor equipe do mundo. Fizemos um camp aqui em Atlanta antes do Mundial e pude constatar de que o trabalho que temos desenvolvido ao longo dos anos já está começando a dar resultados. O segredo é amor, dedicação e trabalho. Acho que ninguém ama mais os nossos atletas do que nós. Me dedico 100% a eles, dando o melhor de mim como professor e tentando sempre fazê-los entender o sentido de equipe. A nossa história, de onde viemos, aonde queremos chegar, desde o Rolls até os dias de hoje. São 25 anos de tradição, participamos de todos os Mundiais, sempre subindo nos pódios. Já ganhamos quatro vezes e temos equipe e organização pra ganhar muitos outros. Procuraremos melhorar ainda mais. E aos que nos abandonaram fica a lição: sem comando, sem hierarquia e sem respeito não se chega a lugar nenhum.

Cobrinha vem em ótima fase. Conquistou o tetra na pena e se igualou no feito de Royler. Como foi o trabalho com ele em Atlanta?
Falar do Cobrinha é sempre prazeroso. É um atleta completo e tê-lo aqui em Atlanta é como se eu tivesse ganhado um presente. Ele é uma pessoa humilde, de caráter e responsável. Temos uma relação muito boa, de pai para filho. Ao ir a Abu Dhabi lutar foi com toda confiança de lutar pra frente, de dar show, mas como está ganhando tudo há alguns anos outros atletas e professores estão tentando estratégias para tentar pará-lo, para não deixar a luta andar, com posições que eu nem me preocupo em saber ou ensinar. No dia em que eu ensinar aos meus alunos a parar luta e tentar ganhar com isso é melhor me aposentar. Jiu-Jitsu é pra frente, sempre em busca da finalização. Mas como a Federação está permitindo, então vamos jogar nas regras. Foi o que eu falei pra ele. Ele é muito vaidoso, e quer sempre dar show, mas felizmente ele me escutou, traçamos a estratégia certa, com muito treino específico e a vit'oria aconteceu naturalmente. Ele é sem dúvida o melhor da década nesse peso, com quatro títulos seguidos. Outros competidores evoluíram, mas ainda têm que melhorar muito pra ganhar dele. Tenho certeza de que a Federação analisará o que aconteceu no Mundial e evoluirá nas regras, priorizando a movimentação e não a amarração.

Langhi é outro faixa-preta que vem num ritmo forte de competição, o que achou da conquista do primeiro título Mundial dele na faixa preta?
O Michael é um atleta espetacular. Muito dedicado, com uma cabeça ótima, treina muito e é sempre preocupado em evoluir nos fundamentos, tem uma guarda excepcional e o Fábio [Gurgel] está melhorando muito o seu jogo por cima, as finalizações, lapidando o seu jogo pra ser um atleta completo. Ele ainda vai evoluir muito e nos dará muitas alegrias. Este ano lutou tudo e ganhou tudo, Brasileiro, Pan, Europeu e o Mundial, precisa falar mais?

E o revés sofrido pelo Lucas Lepri?
A derrota do Lucas foi uma coisa inesperada. Ele teve todas as chances de ganhar do [Gilbert] Durinho, é muito mais completo, mas cometeu erros durante a luta em momentos cruciais. Ele sabe o que errou, é muito consciente e não cometerá o mesmo erro de novo. São coisas que acontecem na vida de um atleta e o nosso trabalho é corrigir e melhorar. Temos um relacionamento muito bom atleta/professor e confiança total um no outro.

Por falar nesta relação amistosa com os atletas, eles sempre se demonstram muito preocupado com a sua saúde. Como está sua saúde? Pode falar?
Ao voltar do Brasil em janeiro comecei a me sentir muito mal, fui internado mas não descobriram nada. Voltei ao hospital e ai fiquei internado por um mês. Após muitos testes e exames foi detectada uma doença genética renal. Fiquei muito mal, mas com a ajuda de Deus estou melhor, tratando com um especialista e com fé em Deus ficarei curado. Foram momentos muitos difíceis e ainda estão sendo. Minha família e os alunos estão me dando muito apoio. É a minha luta mais difícil, mas vou vencer. Estou tratando, tomando a medicação prescrita por eles. É complicado após levar uma vida inteira saudável, treinando todo dia, mas Deus sabe o que faz. Aceito com humildade essa provação. Está nas mãos Dele. Rezo pra poder continuar minha missão aqui na Terra e enquanto aqui estiver darei o máximo de mim pra ajudar os outros, educar a minha filha e melhorar a vida dos que batem à minha porta.
Fonte GracieMAG

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