Pesquisa personalizada

domingo, fevereiro 01, 2009

Há 3 anos, mundo perdia Carlson Gracie

Espírito competitivo do mestre pôs fogo nas competições de Jiu-Jitsu
Carlson Gracie (12 de agosto de 1933 – 1 de fevereiro de 2006) foi muito mais do que o primogênito do introdutor da arte marcial no Brasil, grande mestre Carlos Gracie.

Carlson foi lançado pela família no desafio a Valdemar Santana, que havia derrotado seu tio Helio no épico combate de três horas e 40 minutos, realizado em 1954. Seis meses depois, com apenas 16 anos de idade, Carlson subiria ao ringue para vingar o tio em menos de quarenta minutos, no que a imprensa da época classificou de "um massacre". Esta seria a primeira das quatro lutas travadas contra Waldemar (duas vitórias, dois empates) no cartel de Carlson de 19 lutas profissionais, com apenas uma derrota por decisão dos jurados, para Euclides Pereira.

“Em Copacabana ele era como o Pelé. Todos o conheciam e o saudavam, sem que isso o fizesse jamais perder seu jeito simples”, costuma dizer Osvaldo Paquetá, seu fiel escudeiro por décadas.

Após se aposentar do vale-tudo, Carlson se dedicou ao ensino do Jiu-Jitsu e sua equipe reteve a hegemonia nos campeonatos de meados da década de 1970 a meados da década de 1990. Formou faixas-pretas do calibre de Sérgio Iris, o "Serginho de Niterói", Cássio Cardoso, Élcio Figueiredo, Peixotinho, Ricardo de la Riva, Murilo Bustamante, Amaury Bitetti, Ricardo Libório, José Mario Sperry, Wallid Ismail e Vitor Belfort, entre mais de 200 graduados.

“Os outros professores que me perdoem, mas só Carlos Gracie Jr. chega perto de Carlson em termos de craques formados”, diz mestre Redley Vigio, freqüentador da célebre academia da rua Figueiredo Magalhães, número 414, desde priscas eras. “Carlson era uma figuraça. Gostava da disputa como poucos, inclusive com o irmão mais novo. Lembro de quando um aluno seu começava a ganhar com folga de um aluno de Carlinhos, e ele fazia um gesto como se lavasse roupa. ‘É esfrega, Carlinhos?’”

Tinha uma personalidade polêmica, de fala alta, sempre gesticulando. Seu gosto era exótico, ia da música francesa à rinha de galos. “Era um apostador inveterado; já o presenciei até casando dinheiro no vôlei de praia. Mas nada de escolher a dupla vencedora, qualquer jogada era motivo: ‘Quem aposta que a bola cai do lado de cá neste ponto?’”, diverte-se Redley, saudoso.

Dono de uma memória capaz de gravar centenas de verbetes do dicionário, mestre Carlson sofreu grande baque em 1999, quando seus lutadores de elite deixaram sua academia em Copacabana e formaram a Brazilian Top Team, após divergências relativas a dinheiro. Carlson Gracie morreu no dia 1 de fevereiro de 2006, vítima de parada cardíaca, após infecção generalizada provocada por cálculo renal, no hospital Lincoln Park, em Chicago, onde mantinha uma academia de Jiu-Jitsu.

Fonte GracieMAG

Nenhum comentário: