Kron Gracie e Serginho Moraes - Mundial 2008
Kron Gracie, de apenas 20 anos, sabe que esse é só o início de sua caminhada na arte-suave. Pelos passos que vem dando, acompanhados sempre pelo amparo do pai, Rickson, o jovem lutador vem amadurecendo e trabalhando as estratégias que vão o levar ao seu tão sonhado objetivo: ser um grande campeão.
O primeiro título na faixa-preta chegou em 2009, no Europeu d Jiu-Jitsu. Dias antes da competição, porém, uma notícia que fez o mundo das lutas chorar. A morte de Helio Gracie. Kron reuniu energias e entrou no Europeu disposto a dedicar-se ao máximo em nome do avô.
“Foi meio que como uma energia para eu dar o meu máximo nesse campeonato. Dedico esse campeonato a ele. Pensei nele depois das vitórias, dediquei todas para ele”, declarou Kron ao GRACIEMAG.com.
Mais focado, seguro e experiente, o faixa-preta sintetizou o momento em que vive. “Acho que agora eu como atleta e lutador, acho que nunca estive tão bem mentalmente fisicamente e espiritualmente. Eu não mudaria nada que aconteceu na minha vida”.
Como você está se sentindo ao conquistar seu primeiro título na faixa-preta?
Essa vitória eu não sinto nada de diferente do que senti quando ganhei na faixa-roxa ou na faixa-marrom, por exemplo. A única diferença que sinto é que o resto do mundo me respeita como faixa-preta agora. Porque eu sou um cara que ganhou na roxa, na marrom e me coloquei na posição daqueles que busca disputar aí com os melhores.
Então você não vê essa vitória como um título especial?
Eu não vejo nenhum campeonato como título especial. Vejo apenas como mais um passo para vir a ser o melhor que posso. Quero sempre ganhar e no futuro ser o melhor em tudo então não fico muito preocupado com esse título não.
Você soube do falecimento do Grande mestre Helio Gracie dias antes do campeonato. Qual é a importância do seu avô para sua formação?
Eu fiquei sabendo uns dias antes do campeonato que meu avô havia falecido. Foi uma coisa que bateu muito na hora em que estava no máximo de foco ali, bem preparado. Uma coisa dessa que acontece parece quase como se fosse ele querendo estar ali do meu lado, de uma certa forma. Ele ter falecido bem antes do campeonato foi uma coisa muito... difícil falar que foi coincidência, não acredito muito em coincidência. Foi meio que como uma energia para eu dar o meu máximo nesse campeonato. Dedico esse campeonato a ele. Pensei nele depois das vitórias, dediquei todas para ele.
Quais lembranças você têm do seu avô e como vê a colaboração dele para sua formação no Jiu-Jitsu?
Meu avô foi quem criou tudo. Então, o que ele falava para mim eu assimilava. A maior coisa que ele me passou foi a força de alavanca. Como um cara mais fraco pode manter a força dele para ganhar de um cara mais forte. Tento usar esses princípios até hoje, colocando minha força e minha técnica buscando me aperfeiçoar. Como foi a preparação para o Europeu.
Como você e seu pai planejaram tudo?
Foi um dos primeiros campeonatos que me dediquei 100% ao Jiu-Jitsu. Fiz tudo que poderia ter feito para essa competição, dei o meu melhor. Estou bem mais focado do que antes, bem mais preparado mentalmente e eu só tenho 20 anos, então nem é ainda a força que quero ter, acho que agora sim começou a minha vida no Jiu-Jitsu.
Como você achou que estava o nível do campeonato?
Achei muitos caras duros, cada divisão na faixa-preta tinha uns caras de ponta. Acho que o Europeu está ficando um campeonato bem maior a cada ano que passa. Acho que se continuar desse jeito, e com a participação de judocas franceses, só na França tem mais de 1 milhão de praticantes, o Europeu pode se tornar mais difícil que o Mundial. Acho que só é preciso mais patrocínio, mais dinheiro no esporte e apoio.
Fale um pouco das suas lutas até a final. Como foram as vitórias?
Na verdade eu só fiz uma luta antes da final, pois entrei de bye. O cara que iria lutar, o Pedro Bessa, vi que ele havia finalizado um cara rapidinho no triângulo e vi que ele era muito duro. Me preparei para lutar com ele, pois todos também estavam dizendo que ele era muito duro. De fato, senti ele muito forte, mas fiz a luta e acabei montado. Venci por pontos.
E como foi a final com Yan Cabral?
Minha segunda luta foi a final. O Yan começou a luta me raspando e me puxou, daí quase passei a guarda dele. Nesse momento ele virou as costas e aí não teve jeito. Finalizei ele com as duas mãos na gola.
Como foi a presença do seu pai no evento?
Meu pai é sempre um grande apoio. Eu quando ganho um campeonato e represento a família ele fica muito feliz. Nunca vejo ele tão feliz quando eu vejo quando ganho um campeonato. Eu luto para eles, para todos que são meus fãs e querem ver eu ganhar.
Depois daquela luta no Mundial, o que o Kron aprendeu na sua caminhada rumo a mais títulos? Qual lição você tira daquela experiência?
Acho que a derrota no Mundial foi talvez o maior aprendizado que já tive na minha vida. Uma coisa que foi muito difícil para mim, pois não foi fácil aceitar essa derrota, mas temos que aprender a aceitar tudo que acontece na nossa vida. Acho que agora eu como atleta e lutador acho que nunca estive tão bem mentalmente fisicamente e espiritualmente. Eu não mudaria nada que aconteceu na minha vida.
Fonte GracieMAG
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