Paulão Filho de volta

Mestre Oswaldo Alves orienta o trabalho no dojô observado por Paulão

Faixa-preta treina no Rio
No dia 5 de novembro, quando sentiu pela primeira vez o gosto da derrota, Paulo Filho se mostrou irreconhecível no cage do WEC. Contra Chael Sonnen, estava lento e acima do peso, aparentemente sem foco, fora da luta. Não era o Paulão que todos os fãs conhecem. Novamente abalado pela depressão, o faixa-preta de Carlson Gracie foi levado pelo amigo Amaury Bitetti a uma clínica, onde permaneceu internado para tratamento.

Passada a pior tempestade da vida, em que, além de perder a invencibilidade, acabou afastado do WEC e UFC, Paulada recomeça. Na academia do mestre Oswaldo Alves, em Copacabana, volta às raízes e carrega as baterias com muito Jiu-Jitsu e judô, modalidades que sempre representou. No dia 3 de abril, quando deve retornar aos ringues, provavelmente não veremos em ação - como alguns dizem - o velho Paulão. Veremos na verdade o novo Paulão, um lutador encascorado pela vida, um lutador que quer, mais do que todos, vencer.

Portal das Lutas – Você já está de volta aos treinamentos. Quando o veremos novamente em ação?

Paulo Filho - Tudo indica que é no dia 3 de abril, nos Estados Unidos. Será um evento da ESPN, um show bacana, e deve ser em Las Vegas. Não tenho o nome ainda do evento, o meu empresário está vindo ao Brasil com tudo que eu tenho que assinar. Só sei que luto no dia 3 e quero voltar aos ringues.

PDL – Fale desse trabalho que está fazendo com o mestre Oswaldo Alves.

PF - Fiz a vida toda judô e Jiu-Jitsu, então acho que a melhor escola do momento é a do mestre Oswaldo, muito didática e eficiente. Ele ensina vários atalhos, já que é um estudioso da arte e um judoca de altíssima qualidade, tudo bem bacana para o meu estilo de luta, que tem o judô e o Jiu-Jitsu. Então estou no lugar certo, que tem meus amigos, o grande Amaury Bitetti, o Gabriel, o Hooligan, Alex e o Tico, enfim, pessoas que me ajudam muito e estou muito feliz.

PDL – Qual a importância desse treinamento?

PF - A importância é o ajuste. Hoje em dia muitos lutadores de Jiu-Jitsu chegam numa posição boa, mas acabam perdendo ela. Acabam caindo naquele famoso ground and pound, porque o americano não tem muito recurso. Eles treinam muita grade e ground and pound e, a partir do momento que você perde as posições, fica difícil. O mestre faz questão de enfatizar sempre aquela coisa da estabilização, pesar bem e incomodar sempre que estiver por cima para não perder as posições.

PDL – Além do treinamento de Jiu-Jitsu, como está trabalhando o restante?

PF - Tenho o Distak (Josuel), que puxa a parte de mão para eu ficar mais confortável em pé, para não ficar tão assustado na hora das seqüências e estar mais acostumado. Mas também estou muito preocupado com essa parte aqui do mestre Oswaldo, que para mim é muito importante. Utilizar o mínimo de energia com o máximo de eficiência.

PDL – Como você está se sentindo agora? O que significa essa volta às raízes, com muito Jiu-Jitsu?

PF - Estou me sentindo muito bem, feliz de novo. Me encontrei novamente, estava perdido. O Jiu-Jitsu é muito importante para mim e estou satisfeito de representá-lo contra as outras artes. Sou lutador de Jiu-jitsu, quando subir no ringue para sair na pancada, pode ter certeza que representarei o Jiu-Jitsu sempre.

PDL – E a luta contra o Sonnen? Como foi para você?

PF - Não estava querendo lutar de verdade. Naquele momento fui lutar porque era uma grana e não podia fugir do meu compromisso. Seria muito mais feio não comparecer, mesmo não estando preparado. Preferi perder a dar uma desculpa e não lutar.

Grande amigo de Paulão, ao lado do lutador nos momentos bons e ruins, Amaury Bitetti está muito contente com a volta por cima do amigo. Empolgados, os faixas-pretas vestiram o kimono e botaram para quebrar. Bitetti dá uma mensagem de força ao companheiro:

“Paulão é o número um. Para mim ele sempre foi e vai ser o número um independentemente do que aconteceu na última luta. É um cara que tem sangue no olho e sei que vai dar a volta por cima e vai mostrar o que ele é mesmo. Ele é valente, tem coração e pode encarar qualquer um desse peso aí, tenho certeza disso. Onde ele estiver, estou ao lado dele para ajudar.”

Fonte GracieMAG