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domingo, janeiro 04, 2009

Rickson abre a caixa

Em 2009, Gracie planeja seminários pelo Brasil em oito capitais
O homem que mais sabe Jiu-Jitsu no mundo decidiu expor, no fim de 2008, seus conhecimentos acumulados em quase 50 anos de vida. Por isso, quando Rickson Gracie se senta e se prepara para abrir a caixa que carrega consigo, todos fitam os olhos, com indisfarçável expectativa. Não é uma caixa metafórica, mas de isopor.

Dela, o ícone da arte suave retira um portentoso naco de queijo branco, metade de uma melancia e um vasto cacho de bananas. A cena se passa no glorioso Clube de Regatas do Flamengo, onde seu restaurante anda quase tão caidinho quanto o atual ataque do time carioca, por isso o suspense. O que o mestre iria almoçar naquele bufê meia-boca?

É assim alimentado, e com a ajuda de um garrafão de dois litros da bebida isotônica de marca americana que Rickson observou melhores resultados em seu organismo, que o professor recarrega para um seminário para 150 pessoas, em 12 horas distribuídas pelo sábado e domingo. A idéia é, em 2009, levar a série de seminários, na verdade um “curso” dividido em dez etapas, para oito capitais do Brasil.

A aula de Rickson na sua cidade natal, o Rio de Janeiro, nos dias 11 e 12 de outubro, foi a primeira etapa de seu projeto pessoal, que ganhou reportagem de seis páginas na grande imprensa. “Quero levar a consciência de arte marcial para o grande público. Hoje, o Jiu-Jitsu é eficiente como técnica de luta, mas não a ponto de alavancar o desenvolvimento do ser”, disse o Gracie ao “Jornal do Brasil” de 14 de dezembro. Sobre o seminário no Rio, comentou: “Foi um dos mais emocionantes momentos da minha vida. Percebi que o Jiu-Jitsu ainda é uma família”.

E realmente havia até parente entre os participantes, ao lado de campeões mundiais, faixas-pretas veteranos e jovens faixas-brancas de variadas academias. “Quando eu era bem pequena”, comentou Kyra Gracie, “lembro de ter perguntado ao Renzo: ‘Tio, o Rickson é tudo o que dizem dele?’ A resposta ficou para sempre na minha cabeça: ‘Não. É tudo e muito mais’”.

Kyra não se arrependeu, e confirmou a técnica do primo. Em três horas, antes do almoço, o Gracie saía de qualquer montada, surpreendia com detalhes técnicos e ensinava detalhes até de uma base sólida em pé. Mostrava na prática com todos os alunos. E nada de cansar, talvez o mais impressionante.

“A cada posição, Rickson mostrava erros invisíveis, praticados por todos os lutadores ou competidores, amadores ou de ponta. Com isso, ele demonstrava as razões da perda de posições ou do excesso de força durante a realização de posições simples, em que ínfimos detalhes de ajuste ou angulação, postura ou equilíbrio, conferem enormes diferenças de resultado da posição ou, objetivo maior, na finalização do oponente”, relatou Breno Sivak, faixa-preta de Rickson e co-organizador do evento.


Felipe Costa, campeão mundial no peso galo, aprovou: “O seminário do Rickson foi sem dúvida um excelente investimento em minha carreira. Não aprendi no seminário nenhuma técnica nova ou mirabolante, foi o tempo todo trabalho em cima do básico com um conceito muito interessante, visando à técnica pura”.

Após o almoço, Rickson reiniciou o seminário dissertando sobre a importância da alimentação para a qualidade de vida e o condicionamento físico da pessoa. E, ao movimentar o diafragma para mostrar os benefícios de sua respiração baseada na ioga, um dos mais jovens participantes do seminário se deu enfim conta de que estava participando de um evento quase cinematográfico: “Ih pai! Isso é do filme do Hulk!”
Fonte GracieMAG

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