Kyra Gracie Guimarães, 23 anos, terminou o ano de 2008 na lama. Mas no bom sentido. Ou melhor, ótimo, afinal não é qualquer faixa-preta de Jiu-Jitsu, especialmente mulher, que é convidada a competir enquanto fica num hotel seis estrelas de Amam, a capital da bela Jordânia, com tratamento de princesa. Tratamento que incluiu, na véspera do campeonato organizado por Zaid Mirza e Pedro Galiza, um passeio inesquecível ao Mar Morto, onde a atleta, o namorado Léo Leite e os fiéis companheiros Bráulio Estima e Lucio Rodrigues não perderam a chance de provar um pouco da lama medicinal encontrada em sua margem.
Se fez bem à pele, não se sabe, mas o negócio deu sorte. Hospedada no hotel com honras de “convidada especial da realeza” do país, a lutadora de 1,69m e 59kg foi campeã do Capital Challenge. Só não teve moleza. O clima seco e o ar rarefeito da capital foram rivais quase tão fortes quanto a faixa-preta gaúcha Carol DeLazzer, vice, e a japonesa Kanako Inaba, terceiro lugar.
Após mais um troféu e mais um belo país conquistados, a tetracampeã mundial de Jiu-Jitsu, campeã asiática 2006 e bicampeã do ADCC, entre outros vários títulos, listou seus planos para o ano e fez uma revisão de 2008, com exclusividade para o GRACIEMAG.com.
Qual foi seu título mais comemorado ano passado, Kyra? E a adversária mais dura?
O título mais comemorado foi o do Mundial, com certeza, ainda mais por eu ter ficado fora no ano anterior, por contusão. Acho que as minhas lutas no absoluto do Brasileiro foram bem difíceis – a mais difícil foi com a Tânia Andrade, também da Gracie Barra. Mas tem uma nova geração chegando, as meninas que já são da categoria, é até complicado citar nomes. Todas as lutas acabam sendo dureza, especialmente no Mundial.
E para 2009, quais seus planos?
Eu estou de volta ao Brasil, mas vivo dentro do avião. Em 2008 não parei, fui para os EUA, Jordânia, Emirados Árabes, Argentina, México. Este ano vou passar mais uma temporada em Nova York, treinando para o ADCC 2009.
Eu estou de volta ao Brasil, mas vivo dentro do avião. Em 2008 não parei, fui para os EUA, Jordânia, Emirados Árabes, Argentina, México. Este ano vou passar mais uma temporada em Nova York, treinando para o ADCC 2009.
Está confiante para defender o bicampeonato em Manhattan? Será como lutar “em casa”?
É, eu já estou dentro do evento, afinal sou bicampeã da categoria (até 60kg). Este ano vou para ganhar o peso e o absoluto. É sempre bom lutar em NY, porque todas as minhas alunas lá podem assistir, e assim recebo bastante energia positiva. E ainda com o Renzo de córner.
Ele é o melhor. A cada ano me vejo ganhando mais maturidade, mas não dá para comparar: infelizmente eu não posso ter o Renzo por perto em todos os eventos, se fosse possível eu não perdia uma luta.
Você já ganhou praticamente tudo, certo? O que ainda espera da carreira? Olimpíadas estão mesmo nos planos?
Eu ainda tenho muito a fazer dentro do Jiu-Jitsu, meu foco é ganhar tudo de novo, mais e mais. Sobre o judô, comecei a praticar e estou apaixonada, não paro mais. Como tudo o que faço, eu quero ser a melhor. No judô não é diferente, e se eu pudesse me dedicar ao judô com certeza a olimpíada seria uma meta.
Eu ainda tenho muito a fazer dentro do Jiu-Jitsu, meu foco é ganhar tudo de novo, mais e mais. Sobre o judô, comecei a praticar e estou apaixonada, não paro mais. Como tudo o que faço, eu quero ser a melhor. No judô não é diferente, e se eu pudesse me dedicar ao judô com certeza a olimpíada seria uma meta.
Do que você mais gostou no Capital Challenge, na Jordânia?
Foi um dos melhores campeonatos que já lutei. O tratamento aos atletas foi de primeira, e a produção do evento nem se fala, um verdadeiro show para o Jiu-Jitsu. O clima nos bastidores foi ótimo, todos os atletas de várias equipes juntos, jantávamos, íamos conhecer os pontos turísticos, como a cidade de Petra e o Mar Morto, onde pegamos uma energia boa no mar e na lama. Deu sorte para todo mundo, e o nosso “quarteto fantástico” arrebentou (Risos). E também foi legal conhecer os atletas fora das competições, conheci o senso de humor do Serginho Moraes, do Cobrinha. Foi bem divertido.
No fim de 2008, você participou do seminário do Rickson, realizado no Clube do Flamengo, no Rio. O que achou?
O seminário é realmente muito bom, mudou minha maneira de pensar o Jiu-Jitsu. Aprendi várias posições básicas que funcionam muito, e que estou tentando agora incorporar ao meu jogo. Em 2009, pretendo participar de todos os outros nove seminários, estou mais confirmada lá que o próprio Rickson (risos).
Fonte GracieMAG
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