"Fui lançado, no Vale-Tudo, pelo Carlson. Ele me treinava sem kimono. Sou como ele era: uma pessoa carismática e generosa: o que é meu, é de todo mundo. Ele era, para mim, o número 1 de excelência em tudo, o verdadeiro galo". (Paulo Filho)Bondade não lhe falta.
Muito conhecido por ajudar àquele que precisa, Paulo Filho, 30 anos, tem muitas semelhanças com o saudoso mestre Carlson Gracie. Todos que tiveram a grande oportunidade de lhe ter conhecido, certamente reconheceriam o quanto Carlson era querido por todos.
Com aquele jeitão um tanto quanto truculento e um coração que não tinha mais tamanho, ele era assim como Paulão, pessoas muito boas que, naturalmente, sabem juntar gente ao redor. Carismático, desde criança, Paulão declara que nasceu na Ilha do Governador, Rio de Janeiro, e viveu no bairro de Cocotá até os oito anos de idade.
Um detalhe é que mesmo tendo estudado em escola particular, o que Paulão sempre gostou era de andar com as pessoas menos favorecidas e por isso acabou desenvolvendo um grande senso de fraternidade: ele aprendeu a dividir o que tem.O desapego faz parte de sua natureza e essa noção de compartilhar acontece devido à falta que ele diz sentir pelo fato de não ter tido irmãos.
"Sempre estou cercado de pessoas e para andar comigo, não é qualquer um. Primeiramente, a pessoa precisa respeitar meus pais e a mulher que está ao meu lado. A pessoa tem que ter honra. Sempre percebi, no Carlson, o desapego e muita gente se aproveitou disso. Eu sou um pouco assim, o que é meu, é de todo mundo".
"Gosto da natureza; do verde; do canto das cigarras e dos passarinhos. Amo os animais e preciso dessa convivência para executar bem meu trabalho", declarou o lutador com um tremendo sorriso no rosto. De camiseta xadrez (que já se tornou sua marca registrada - ele tem oito, sendo que ganhou todas de amigos), Paulão não esconde sua paixão pela raça de cachorros, pit bull.
Dono de 40 cães dessa raça, com mais duas pessoas, eles administram um sítio, de aproximadamente cinco mil metros quatros, que fica em Visconde do Rio Branco, interior de Minas Gerais."O Carlson, como todo mundo sabe, era louco por galos e eu gosto mesmo é de cachorro pit bull. Essa raça tem um temperamento interessante e eles têm uma força e resistência física fora do comum.
Por outro lado, são dóceis e muito amigos. Criar esses cachorros é, na verdade, um hobby", afirmou. Paulão conheceu a raça em 1991 e três anos depois, teve seu primeiro, que chamava-se Hittler. Ao estrear no Vale-Tudo, em 94, faltando duas semanas para a luta, ele perdeu seu amigão. Segundo ele, essa perda foi suficiente para lhe dar forças e conseguir vencer a batalha para dedicar essa grande e marcante vitória para Hittler.
Na verdade, Paulão, que é filho único, sempre gostou de ter animais e sua mãe sempre permitiu isso, para que tivesse companhia. Sendo assim, o cachorro fez parte de uma fase difícil na vida, quando ele estava passando pela adolescência. Em seu braço, do lado direito, tem uma tatuagem do Hittler. O cachorro da capa desta edição chama-se Derrame e está com Paulão há apenas uma semana. Famoso por ser um atleta de ponta, Paulão é, na verdade, um discípulo de Carlson. "Graças a Deus, nunca tive problemas com dinheiro. Meu pai é aposentado da Petrobrás e na época, que eu comecei a treinar, o jiu-jitsu não dava dinheiro. Eu fazia por amor mesmo".
Paulão Filho começou a praticar judô, no Flamengo, quando criança e, já no jiu-jitsu, sempre foi da academia Carlson Gracie. "Fui lançado, no Vale-Tudo, pelo Carlson. Ele me treinava sem kimono. Sou como ele era: uma pessoa carismática e generosa: o que é meu, é de todo mundo.
Ele era, para mim, o número 1 de excelência em tudo, o verdadeiro galo".Para Paulão, ganhar e perder faz parte do jogo e afirma ter uma grande admiração pela família Gracie. "Essa família carrega o brasão de não afrouxar, além de ter uma bonita filosofia de vida. Sou fã do Royce; do Rickson e do Renzo Gracie.
Em relação à sua próxima luta, na final do Pride Bushido, no Japão, ainda esse mês, ele foi categórico: "Posso afirmar que vou entrar pronto e vou pôr em prática tudo que sei".
Fonte Faixa Preta
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