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segunda-feira, março 02, 2009

Jean Jacques Machado

Jean Jaques Machado é uma das maiores referências do jiu-jitsu, na América e um dos líderes da família Machado. Nesta entrevista, ele fala sobre a filosofia do Jiu-Jitsu.
Como você vê o fato de haver um grande número de estrangeiros que vem, ao Brasil, com o objetivo de praticar jiu-jitsu?

O estrangeiros estão aqui não só para aprender jiu-jitsu, como também para aprender a ser brasileiro. Eles não querem perder sua nacionalidade, mas querem ganhar outra: a de ser um pouquinho brasileiro também. Além disso, eles querem conhecer o sabor do Brasil; o jeito de lidar com as pessoas e como nós temos o jiu-jitsu associado a esta cultura nós temos a vantagem de conquistarmos alunos e amigos com maior facilidade. Você não conhece um brasileiro que não faça amizades. Na verdade, somos um povo feliz e não seria diferente na nossa área.

Como isso acontece nos Estados Unidos?

Nos Estados Unidos, o praticante sai do trabalho direto para a academia. Caso a academia abra de segunda a domingo, os alunos aparecem diariamente, inclusive nos fins- de- semana. Até mesmo antes de ir à praia, por exemplo, o aluno dá uma passadinha na academia e isso mostra que esse espaço se tornou um ponto de referência para estas pessoas.

Como é a evolução daqueles que aderem a filosofia do jiu-jitsu?C

omo professor, o jiu-jitsu, para mim, é uma forma de fazer amizade, pois através do ensinamento desta arte, que não é apenas a parte mecânica do jiu-jitsu aprendemos a sermos melhores como ser humano. A filosofia do jiu-jitsu ensina você a ser uma pessoa mais calma; paciente; e um profissional melhor; um marido melhor e, é claro, lutar melhor. O treinamemto de jiu-jitsu quebra barreiras. Na alimentação, nós mostramos o caminho, caso o praticante excerça o que lhe foi recomendado, certamente, ele vai lutar melhor e conseqüentemente vai ter mais qualidade de vida. Nós sabemos que saúde não tem preço. O treinamento e a filosofia do jiu-jitsu, realmente, consegue prolongar a vida do ser humano. A pessoa se torna menos estressada em qualquer canto do mundo. Você passa a ser uma pessoa diferente, do bem! Se você acredita que pode conquistar o que quiser, você irá conquistar.

Você teve alunos com dificuldades na vida? E como essa filosofia alterou a vida deles?

Tive um aluno viciado em drogas e na academia ele encontrou um lado completamente diferente de sua casa. Lá, ele era considerado a ovelha negra e sempre muito criticado. Na academia, ele começou a vivenciar um ambiente saudável e assim acabou se tornando. Nós notávamos algo de estranho, mas nunca apontamos erros e através do jiu-jitsu e com um convívio de quase 6 anos e 5 vesez por semana, o aluno começou a me respeitar tanto, que ele acabou escutando mais um professor de jiu-jitsu que a sua própria família ou médico. Hoje, ele é uma pessoa bem sucedica, dono de uma das pricipais clínicas esportivas dos Estados Unidos. Outras pessoas chegam com dificuldadede socialização e com a mesma receita, o individuo se torna uma pessoa mais acessivel. O Jiu-Jitsu não faz milagres, mas te dá um bom caminho a seguir.

Como você explica o fascínio das pessoas pelo jiu-jitsu?Como você exlica o fato de uma pessoa que faz jiu-jitsu, há 20 anos, já é faixa preta e não sai da academia?

Quando se faz uma faculdade, geralmente, o curso dura cinco anos e quando acaba, o aluno nunca mais retorna No jiu-jitsu você conquista a faixa preta e não a larga, pois você está sempre aprendendo. Qual seria uma outra atividade que a pessoa possa se manter por tantos anos e praticando. O jiu-jitsu realmente tem uma magia, que fascinam aqueles que conhecem a arte. A técnica que foi desenvolvida pelo Carlos Gracie e Hélio Gracie, terá praticantes por muito anos. Você pode praticá-la até quando quiser, não importando a idade pois é através da técinca que se evolui e isso é sensacional.

Como é o praticante de jiu-jitsu, nos Estados Unidos?

No começo, quando cheguei na América, tínhamos uma média de idade muito alta, como pessoas de 40 anos, que, muitas vezes eram professores de outras artes, donos de academia, e ,hoje, temos crianças a partir de 3 anos de idade e temos pessoas de até 70 anos. Tenho um aluno de 72 anos, que está comigo há oito anos. No mês passado, ele teve um infarto fulminante e ao visitá-lo no hospital ele me agradeceu muito por ter conhecido a filosofia do jiu-jitsu. Ele mudou seus hábitos alimentares, passou a treinar mais e melhor e, conseqüentemente, sua saúde melhorou. Quem me apresentou a este senhor foi o tio Hélio Gracie, quando realizou um seminário em um cruzeiro, nos Estados Unidos. O praticante americano é assíduo; gosta de treinar e de ter bons hábitos, ou seja, tudo o que o jiu-jitsu prega.

Fonte Faixa Preta

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