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domingo, abril 12, 2009

Luis Carlos Manimal

Faixa-preta de Carlson Gracie, Luis Carlos Manimal está de volta com força total. Após um tempo afastado das academias, Manimal voltou com a Manimal Fight Team e tem novidades. Em conversa com a TATAME, o faixa-preta explicou o tempo afastado, falou sobre os treinos na academia, seus melhores momentos como lutador e contou uma das grandes histórias que viveu ao lado do saudoso Carlson Gracie. Confira abaixo a entrevista exclusiva com Manimal.

Você está de volta, tinha dado um tempo, por onde você andou?
Primeiro foi a falta do meu mestre Carlson Gracie, foi uma situação horrível que aconteceu, tentei segurar, mas me senti sozinho, e depois foram muitas coisas que aconteceram na minha vida que me desagradaram muito. Fiquei doente e fiz três operações nos rins, aí viajei para os Estados Unidos e realizei meu centésimo seminário na minha carreira, no Arizona, na academia de um aluno meu. Hoje, apoiado pelos meus alunos, principalmente pelo Batedeira, que lutou no The Warriors, mas infelizmente houve um errinho e ele não conseguiu continuar a luta, mas mesmo assim conseguiu levantar a equipe de novo.

Você está dando aula aonde? Enquanto você esteve fora, quem comandou a equipe?
Ficou com o Fofão, o Reck, o Batedeira, todos eles de KickBoxing. O Batedeira hoje se tornou um grande lutador de Jiu-Jitsu, faixa-marrom e, em quatro anos de Jiu-Jitsu, conseguiu títulos que em 20 anos teve gente que não conseguiu. Agora eu botei ele para lutar Vale-Tudo. Ele ganhou em Juiz de Fora, ele lutou bem (no The Warriors), mas não conseguiu levar. Fora isso, eu estou lá na Manimal Fight Team.

Qual foi a luta mais marcante na sua época como lutador?
A minha luta mais marcante foi no primeiro Internacional de Máster, onde fiquei três meses abstêmio de comida, bebida, sexo. Treinei muito e consegui chegar à vitória do absoluto.
Teve o campeonato Brasileiro... De 1992 até 1999 eu lutei e ganhei todos os campeonatos que disputei, graças a Deus, fora outros campeonatos estaduais.

E o que você lembra da época do Carlson Team? Você chegou a participar daqueles treinos de Vale-Tudo da galera?
Foi muito formidável, pois nós tínhamos uma equipe muito grande e formava campeões e lutadores, mas aconteceu aquele acidente e os atletas saíram e formaram outras equipes. Eu participei de 83 até formar a (Brazilian) Top Team, eu, Wallid e Murilo. O Édson Baiano era um fenômeno, mas o Murilo foi o maior lutador... O Amaury Bitetti era fora de série... O Murilo foi o melhor lutador do Carlson, o mais técnico, a melhor guarda. O Wallid era bom, o Libório... Nossa equipe era muito boa, completa, mas o Murilo foi o melhor representante nosso no Vale-Tudo.

Pouca gente sabe, mas você deu força pra muita gente que hoje vive do MMA, como o Jucão, o Bocão, garotos que andavam na rua...
Até mesmo o Wallid, o Murilo, o Amaury... Eu fui sparring desses caras e dediquei muito tempo da minha vida a eles, todo mundo do MMA, de quimono, sem quimono... Eu dava chave de pé na época que era proibido dar, mas são coisas que passam e agora a gente está remontando o nosso espaço e, graças a Deus, acabou aquela coisa chata de chegar em algum lugar e não poder falar com um ou com outro. Hoje eu cumprimento o Murilo, os associados do Bebeo, me dou muito bem com o Carlão Barreto, com o Wallid... Cada um tem sua vida e acredito que está sempre um torcendo pelo outro.

Fale alguns caras que você trouxe para a luta e que hoje em dia vivem disso?
Eu trouxe o Alan Góes, Bocão, Jucão, o Batman, que está muito bem na Espanha... Tem muitos atletas que eu levei e, graças a Deus, deu certo.

Relembre uma historia bem poderosa do Carlson...
A historia mais poderosa dele foi quando ele chegou dos Estados Unidos. Nós íamos nos encontrar com você e o Paquetá numa churrascaria e estava chovendo muito. Ele chegou com uma bolsa cheia de camisas, dizendo que ia levar para os garçons do Porcão, ai eu falei: “tá legal, entra aqui no carro”, e ele disse: “estaciona o carro, Manimal”. Eu estacionei o carro e falei: “a gente está esperando alguém? Como sempre vamos chegar atrasado”. Ele esticou o braço, parou um táxi e disse: “deixa de ser egoísta, chofer de táxi tem que sobreviver, é um pai de família... Aí a gente tomou o táxi e não fomos no meu carro, e ele pagou a corrida e ainda deu uma gorjeta pro cara. Isso é uma lição de vida que só o Carlson faz, não tem como outra pessoa fazer. Eu vivi com o Carlson desde 83 e continuei com a amizade com o Carlinhos. Gosto muito da família Gracie e me considero um Gracie, apesar de não ter o DNA... Eu defendo o Jiu-Jitsu até debaixo d'água... Foram momentos da formação minha que aprendi com o Carlson, eu colei com ele, tive vários momentos em minha vida em que usei a camisa dele, o suor dele, a gente brigar dentro do quarto. Ele era o cara que eu mais discutia, mas era o cara que eu mais amava em minha vida, depois do meu padrinho, que é meu pai porque me criou.

O Manimal Fight Team está de volta?
Está de volta porque, hoje, tem pessoas da academia do Carlson que trabalham lá e eu não acho justo estar com uma equipe e usar o nome do Carlson junto com essas pessoas, sendo que elas têm outra filosofia de vida... Se eu quisesse usar, eu ganharia na justiça de qualquer um, porque têm segredos do Carlson que quem só sabe somos eu, o Paquetá e a dona Marli. Eu tenho tudo dele, mas eu nunca quis alvejar ninguém e nem prejudicar com o nome do Carlson. A Manimal é uma coisa e o Carlson é outra, a Manimal está ai com os alunos dela, com o Jiu-Jitsu, o Kickboxing... Hoje eu sou dono de uma academia de Kickboxing, onde tenho dois sócios.
Fonte TATAME

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