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terça-feira, dezembro 02, 2008

Arte Marcial e Filosofia

Arte marcial e filosofia! Muitos acham que isso só acontece em filmes de Kung-Fu ou em filmes do Karate Kid, de tempos atrás. Infelizmente, o ensino das artes marciais na maioria das academias do ocidente foi desvinculado da sua parte filosófica. O objetivo principal destas academias é apenas finalizar seu oponente. A filosofia da luta e a arte da guerra eram e ainda são algo sem importância para alguns lutadores. Mas a filosofia da luta é parte importante para o desenvolvimento mental e técnico de todo lutador. A clareza de pensamento no momento da luta e a mente aberta para escolher o melhor movimento ou o melhor golpe para determinada situação, são fundamentais para que o lutador tenha êxito tanto num treino em sua academia, quanto como numa luta de campeonato. O lutador tem que estar sempre com o pensamento à frente e ter várias opções de movimentos em sua mente como resposta a qualquer movimento de seu oponente. Aquele lutador que apenas tenta parar o movimento do oponente, nunca terá um desenvolvimento técnico e dificilmente terá grandes vitórias.

No mundo dos negócios, os empresários lêem e estudam o livro “A Arte da Guerra”, de Sun Tzu e de Sun Pin. Inclusive já existe um livro direcionado para executivos com o título “A arte da guerra para os homens de negócios”. Aprender Jiu-Jitsu apenas como uma rotina de golpes e movimentos é reduzir em muito a nossa arte suave. Aliar a filosofia com a luta é ampliar em muito o conceito da arte marcial, proporcionando ao lutador uma grande vantagem a nível intelectual em relação ao seu oponente. Afinal, o Jiu-Jitsu também não é conhecido como “xadrez do corpo”? E um bom jogador de xadrez não usa a mente antes de executar um movimento no tabuleiro, visando a vitória? A filosofia tem que caminhar junto com o lutador desde o início de seu aprendizado no dojô, como em todos os momentos de sua evolução, desde a faixa branca até a tão desejada faixa preta. E na faixa preta o estudo continua, o aprendizado é infinito. Cada dia no dojô sempre surge novas situações que necessitam de reflexões e um exercício mental para avaliar o que fazer.

Quando o lutador deixa a raiva ou o medo de perder dominar a sua mente, ela pára e ele se torna um alvo fácil para sofrer uma finalização. Todos os lutadores que desejem ter um maior rendimento em suas lutas, além de muitos anos de prática e dedicação ao Jiu-Jitsu, necessitam também desenvolver o equilíbrio mental através da filosofia da “Arte da Guerra”. Podemos citar os samurais como exemplo de busca de aperfeiçoamento mental e intelectual na arte da guerra, quando começaram a estudar o Zen para melhorar a sua concentração e equilíbrio mental, para que sua mente não se dispersasse na hora da luta com pensamentos inoportunos, como medo de ferimentos ou a própria morte, tornando-se até hoje exemplos de eficiência como lutadores. Acredito que o atleta formado com o somatório de tempo de treino, com desenvolvimento de suas habilidades técnicas, físicas e um conhecimento intelectual da filosofia de sua arte marcial, apresentará todas as qualidades para ser um excelente lutador e professor.

Levando também essa filosofia para a sua vida pessoal, servirá como exemplo de conduta dentro e fora do dojô, certamente influenciando novos atletas de maneira positiva.
Fonte TATAME

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