
Rafael (de azul) contra Mário Reis, em Amam, no último dia 20 de dezembro. O novato bom de raspagens venceu o gaúcho três vezes neste fim de 2008, conquistando seu lugar entre os melhores entre os levinhos. Foto: Marcelo Dunlop.
Uma das maiores revelações do Jiu-Jitsu mundial, em 2008, pesa apenas 70kg e tem 19 anos. Trata-se do faixa-preta Rafael Mendes, apontado como futuro astro por GRACIEMAG desde seus tempos de faixa-roxa. Em entrevista exclusiva, o aluno de Ramon Lemos avaliou a última temporada, fez previsões para 2009 e, claro, comentou a derrota para Rubens Cobrinha na Jordânia, quando o astro da Alliance passou sua guarda e o venceu de virada por 5 a 2, em luta eletrizante. Confira:
Você vem demonstrando uma maturidade impressionante para quem chegou agora na preta. Qual foi seu saldo em 2008 e as expectativas para 2009?
É, graças a Deus eu fiz uma grande campanha, cheguei com vontade e mostrei isso. Este ano venci o Mundial, o Mundial Sem Kimono e um evento no Japão de marrom. Voltei ao Brasil, recebi a faixa-preta do meu professor Ramon e estreei na seletiva, venci a seletiva para lutar em Abu Dhabi, venci o Asian Cup e perdi apenas a final do Capital Challenge por pontos. Estou feliz, aconteceram alguns erros, mas vou corrigir agora e voltar com tudo em 2009.
Você apareceu para o mundo do Jiu-Jitsu com um vice-campeonato, o da seletiva para o ADCC 2007, quando Bruno Frazatto, hoje seu companheiro de time, conseguiu superar sua guarda numa grande luta. Agora, na derrota para Cobrinha, o final foi parecido, e seu semblante após a derrota ficou bem parecido com a seriedade que você estava após a seletiva. O que você aprendeu com estas lutas?
Você aprende mais nas derrotas do que nas vitórias, porque vitórias levam a comemoração e fazem pensar que os erros cometidos não foram suficientes para te prejudicar. Já na derrota você avalia cada segundo e isso faz refletir muito mais. Eu aprendi bastante com esta luta (contra o Cobrinha), e acho que chegar à faixa-preta, e depois de um mês e pouco vencer os caras que venci, é gratificante. Lutei três eventos que estavam com chaves que pareciam um Mundial, e perdi uma luta, uma única luta por pontos. Mas claro que não fiquei satisfeito, não vou até lá para me contentar em ficar em segundo. Segundo lugar está bom para quem se conforma, e sei que posso ser o primeiro.
Cobrinha hoje é mesmo invencível? O que você sentiu durante a luta?
Senti que ele é bom, uma coisa que eu já sabia: não é à toa que ele está ganhando tudo. Ele está numa ótima fase e eu cheguei agora. Independentemente do resultado, ou se estou satisfeito ou não, fiz uma boa luta. Mas invencível ou insuperável acho que ninguém é, todo mundo ali é de carne e osso. A experiência, e a confiança dele, fizeram diferença. Vou continuar meu trabalho. Dou meus parabéns a ele.
Quais serão seus próximos obstáculos em 2009?
Acho que enfrentei alguns dos melhores lutadores do peso leve já, e em 2009 tem muito mais. Não vou pensar em ninguém em especial, o foco é ser campeão do peso pena e não ganhar de alguém em especial. Vou treinar para estar pronto para qualquer situação.
Em janeiro já vamos nos reunir com a equipe (Atos Jiu-Jitsu) e ver o que vamos lutar, mas provavelmente vamos todos disputar a seletiva do ADCC 2009, e o Europeu também. Mas vamos resolver juntos.
Com o título em Abu Dhabi e o vice no Capital Challenge, você toma a frente como "melhor da família", ou acha que seu irmão Guilherme vai correr atrás?
Entre nós não tem competitividade para ver quem é melhor, acho que se ele estivesse nos eventos teria grande chance de fazer o que eu fiz.
O nome da nova equipe, Atos, vem da onde?
Na verdade, a Brasa rachou e meu professor seguiu o Léo Vieira, mas acabou surgindo a oportunidade de montar sua própria equipe, e ele e o André Galvão lideram juntos agora esta equipe. Ele sempre desejou isso e chegou a hora. O nome Atos tem um duplo significado, queremos mostrar nosso trabalho através dos nossos atos, mostrar que a qualidade é melhor que a quantidade, e Atos também é um livro da Bíblia.
Fonte GracieMAG
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