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terça-feira, setembro 15, 2009

Leozinho Vieira

Bicampeão do ADCC, Leozinho Vieira vai em busca do sonhado tricampeonato no torneio, que escapou na final para Rani Yahya, em 2007. Em entrevista à TATAME, o faixa-preta falou sobre a expectativa para o ADCC, que acontece nos dias 26 e 27 de setembro em Barcelona, na Espanha. “Está bom, estou amarradão em estar voltando. Estou com uma equipe que está dando o maior suporte, vários amigos, todo mundo treinando... Estou muito motivado e não vejo a hora de chegar”, afirmou o líder da Checkmat, que ainda falou sobre as conquistas do primeiro ano da equipe, a polêmica guarda 50-50, a possível volta às competições de pano e muito mais.

Como está a expectativa para buscar o tricampeonato do ADCC esse ano?
Está bom, estou amarradão em estar voltando. Estou com uma equipe que está dando o maior suporte, vários amigos, todo mundo treinando... Estou muito motivado e não vejo a hora de chegar.

Como estão os treinamentos? Está focado só no Submission?
Apesar de ter umas competições de quimono até lá, com muitos atletas que vão competir, como o Brasileiro de Equipes, esse segundo semestre vão ter muitas competições sem quimono nos Estados Unidos e aqui, agora o ADCC, então a aula de Submission já faz parte do nosso quadro horário desde do inicio do ano. Já viemos desenvolvendo um treino forte e esperamos colher bons frutos.

Outro atleta nosso que poderia estar no ADCC deste ano é o Lucas Leite... Ele é um atleta excelente, tem lutado todos os campeonatos, já venceu lutadores de alto nível e está muito bom sem quimono. Ele está morando nos EUA e foi campeão do absoluto do Grapplers Quest, e ele representa tudo isso que eu falei. Ele merecia estar no ADCC, na categoria dele não tem ninguém da nossa equipe.

Tem um tempo que você não compete de quimono... O seu foco agora é só o Submission?
As prioridades mudam um pouco, cara, afinal sou pai, tenho dois filhos, tenho uma equipe, então meu foco fica em função de família e equipe. Eu gosto de competir e vou estar sempre motivado a competir, inclusive de quimono. O que me faz ficar afastado é por conta do modelo de campeonato amador que nós temos, e eu gostaria que o Jiu-Jitsu tivesse uma parte profissional. Eu estou com patrocinadores que me apóiam e tenho me sentido motivado a competir... Talvez ano que vem eu me motive a lutar alguma competição de quimono.

Como você vê essas competições que estão pagando premiação em dinheiro, como as que tiveram nos Emirados Árabes?
Essa é uma competição que eu estou a fim de lutar. Cheguei até a conversar algumas coisas com a organização, mas nesse meio tempo meu filho acabou nascendo, foi uma gravidez atrás da outra e, querendo ou não, você tem que ir se adaptando. As coisas mudam, sua rotina muda... Quando eu estava me adaptando, chegou uma menina... Estou me adaptando aos meus filhos e agora o treinamento para o ADCC... O importante é que estou me sentindo bem, motivado.

E o filhão, já vestiu o quimono?
Já vestiu, já foi para a academia, fica dando risada, andando de um lado para o outro... É legal ver essa etapa da vida, do conhecimento de valores, entender a questão familiar, o relacionamento com o pai, você começa a olhar o pai com um olhar diferente.

Seu filho está com um ano e três meses, e a Checkmat acabou de fazer um ano... Qual o balanço que você faz dessa equipe que em tão pouco tempo já conseguiu fazer tanto barulho?
Nós fizemos um ano e fomos campeões em alguns campeonatos, como no Europeu, Pan-Americano, em outro ficamos em terceiro lugar, como no Mundial... Isso superou as expectativas para a nossa equipe. Isso tudo é reflexo e fruto de um treinamento e dedicação de cada um dentro da equipe, cada um sabendo seu valor no time e é claro que estamos esperando coisas melhores para o próximo ano.

Desde o nascimento da Checkmat, o que mais mudou na sua vida?
Antes eu não tinha uma autonomia, e mudou nesse sentido de organização, de ter autonomia para reger uma equipe, ser o dono do seu próprio negócio. Hoje nós temos academia em todos os lugares do Brasil e exterior e elas têm suas autonomias. Nós sabemos até onde podemos ir, temos uma organização dentro da equipe, hoje eu me sinto dentro de uma equipe, pessoas não só pensando em si próprio, mas se dedicando por um bem maior. Esse é o diferencial que acabou fazendo com que, por mais que fossemos novos, subíssemos no pódio.

Qual a expectativa para o próximo ano? Você pensa em abocanhar um Mundial, desbancando equipes como Gracie Barra e a Alliance?
Quem for, vai para dar a vida para que isso possa acontecer. Óbvio que estamos falando de equipes que têm mais de dez anos de tradição, e querer quebrar isso não é fácil. Acho que temos nos superado e muito, mas eu confio e acredito muito no que eu tenho e sei que meus atletas, onde estiverem, vão estar indo para se sacrificar. Nossa intenção não é ser o primeiro, vencer, ser o campeão da agremiação, a intenção é que cada atleta seja campeão e dê o seu melhor lá. Se isso acontecer o titulo acaba vindo em função do esforço de cada um.

Como foram os seus treinamentos com o Kid Yamamoto?
Foi uma experiência muito boa, treinamos muito bem, fizemos uma grande amizade. O pai dele é um Wrestler olímpico e apesar de ele não ter muitos conhecimentos de chão, ele é muito bom lutador de Wrestling, é muito boa pessoa. Ficamos muito tempo juntos, quase um mês treinando. Estive lá no Japão para a luta dele e ele é apaixonado pelo Jiu-Jitsu, treina, coloca o quimono de vez em quando, é bem humilde, luta Muay Thai... Ele é muito leve para a categoria dele, que é 65kg... Depois do almoço ele estava pesando 62kg (risos). Como profissional é um cara muito talentoso, e como pessoa é um dos caras mais disciplinados com quem eu trabalhei. Além dele, eu ajudei nos treinos do BJ Penn para a sua última luta no UFC (contra Kenny Florian).

O Anderson disse que o Yamamoto estava entre os três melhores lutadores de MMA peso por peso... Você concorda?
Com certeza, para mim está entre os três também, não só por que eu já trabalhei com ele, mas eu já era fã antes, é estratégico, forte, perigoso, tem em seu currículo varias lutas com brasileiros renomados, é um excelente lutador e, depois que eu trabalhei com ele, entendi porque ele conseguiu excelentes resultados.

Quem são os outros dois que você apontaria entre os melhores do mundo?
O Anderson Silva encabeçando essa lista, porque ele vem mostrando total controle sobre a categoria dele, e o Lyoto Machida. Eu acredito muito no Demian, que vem mostrando o lado puro da luta, do Jiu-Jitsu no MMA.

Quem você apontaria como os três melhores do Jiu-Jitsu atualmente?
Roger Gracie, o Cobrinha, por toda sua historia, lutas e disciplina, o em terceiro eu botaria o Aryzinho (Farias), que está na marrom e daqui a pouco vai chegar na preta... Ele é aluno do Ricardinho e não vai passar despercebido... Ele vem se destacando muito, fazendo excelente trabalho, e vai dar o que falar na faixa-preta dessa categoria.

O que você acha da guarda 50-50? Você considera amarração ou evolução do Jiu-Jitsu?
Acho que é como qualquer outra guarda, que pode ser usada para atacar, para amarrar, para defender... É um artifício como qualquer um outro, você pode usar da maneira que bem entender. Nós acabamos tendo conhecimento porque a guarda acabou sendo desenvolvida e chegamos a trabalhar um pouco juntos na época. A polêmica é porque ela acaba sendo desconhecida por grande parte das equipes e isso assusta um pouco, cria-se todo um mistério, mas daqui a pouco está todo mundo conhecendo, atacando e defendendo, partindo dela sem grande alarde, vai mudar o foco quando aparecer outra coisa... Faz parte da evolução do Jiu-Jitsu, tentar proibir vai complicar cada vez mais e tirar a essência do Jiu-Jitsu, que prega toda a criatividade e variedade de golpes.
Fonte TATAME

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