O ginásio do Tijuca Tênis Clube serviu de palco para as finais do Campeonato Brasileiro de Jiu-Jitsu da CBJJ, nesse domingo, dia 17. No foco das atenções do público e dos competidores, estava as dez categorias do pano competitivo da faixa-preta: galo, pluma, pena, leve, médio, meio-pesado, pesado, super-pesado, pesadíssimo e a final do absoluto, fechada entre Tarsis Humphreys e Gabriel Vella, conforme informou ontem o GRACIEMAG.com.
Aos poucos, os competidores de ponta foram surgindo. Tarsis fez excelente campanha na chave dos meio-pesados. O pupilo de Fábio Gurgel mostrou que sabe jogar não somente por baixo e variou seus recursos marciais. Na luta contra José Antônio Dias (Gracie Barra), aplicou um eficaz Morote Seoi Nage, do judô, ganhando os pontos pela queda, passando a guarda e finalizando com um mata-leão. E veio seguindo bem, passando inclusive por Eduardo Santoro em luta bem disputada, na qual venceu “Português” por pontos garantindo assim sua vaga na final. Só que do outro lado da chave vinha um implacável Raphael Abi-Rihan, que até a final dos meios-pesados havia vencido quatro lutas, sendo três delas por finalização (duas chaves no pé e um armlock).
Abi-Rihan e Humphreys protagonizaram a luta que talvez tenha sido a mais impressionante do dia. Iniciado o combate, em frações de segundos, Tarsis partiu para o tudo o nada visando o braço do faixa-preta do memorável Carlson Gracie. Abi-Rihan por sua vez conseguiu fugir da armadilha do paulista. Como um raio, Abi-Rihan fintou Tarsis, que esperava no chão sentado na guarda, e num rápido jogo de corpo, fruto de apurado reflexo, partiu para um justo armlock surpreendendo Tarsis com apenas 31 segundos de luta.
Bote certeiro: experiente, Abi-Rihan (de azul) inicia aqui o armlock que lhe traria a vitória no meio-pesado. Fotos de Gustavo Aragão
Ambos permaneceram calados por instantes, como se também não acreditassem. Tarsis ficou de costas, ajoelhado numa breve reflexão; Abi-Rihan fitava de barriga pra cima, o teto do ginásio.
Em apenas alguns instantes toda a campanha de Tarsis, naquele dia, ruía. Triste, do lado de fora do dojô, momentos mais tarde, antes do absoluto, o jovem paulista falou da derrota. “Fui pra cima para puxá-lo pra guarda, numa estratégia que fiz o campeonato inteiro. Acho que cometi o vacilo de me afobar um pouco ali. O cara é forte pra caramba. Aprendi uma lição aí, que não dá pra sair de qualquer jeito”, avaliou modestamente Tarsis.
Braga Neto se torna bicampeão brasileiro e mantém índice de finalização em todas as lutas
Se no absoluto de sábado, Braga Neto estava furibundo com a derrota, hoje, na categoria super-pesado, foi a vez do jovem lutador de Manaus sair sorrindo e comemorar o título de bicampeão brasileiro. Na final contra um valente Marcel Fortuna, o Mãozinha, Netão conseguiu variar bem seu jogo, raspar e finalizar com um estrangulamento nas costas aos 7min50s. Em dia inspirado, Braga Neto finalizou todas as lutas que realizou no Brasileiro, mantendo assim o mesmo desempenho de 2008, quando fez seus adversários darem os clássicos três tapinhas.
Michael Langhi foi outro que fez jus ao bom momento vivido. O lutador da Alliance mostrou mais uma vez sua poderosa guarda aprendida desde a faixa-branca com Rubens Charles Cobrinha. Na final, quem caiu no perigoso emaranhado de pernas de Langhi foi o bom Vinícius Marinho (GFTeam). Marinho até conseguiu raspar o lutador da Alliance, mas acabou sucumbindo com um armlock aos 9min08s, sendo finalizado.
A perigosa guarda de Langhi (de branco) deu trabalho aos competidores no Brasileiro de 2009
Na comemoração, Finfou trouxe consigo no colo seu filho, o pequeno Andrews, de 1 ano. Após vencer e ser bastante badalado pelas câmeras de TV da imprensa, Finfou exibia um largo sorriso. “Trouxe meu filho nos braços para mostrar a ele que mesmo nascendo na favela, podemos conquistar coisas importantes na vida”, disse, emocionado.
Veja aqui a lista completa dos vencedores da edição do Campeonato Brasileiro de 2009
Fonte GracieMAG
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