Vice-presidente da Federação Helvética de Jiu-Jitsu Esportivo (FHJJE), Gilson Farias é o pioneiro do jiu-jitsu na Suíça. No país desde 1991, o faixa preta chegou para concluir os estudos de Educação Física. Por lá, acabou construindo família e se tornou peça importante para arte suave. Além de ensinar a modalidade, trabalhou na realização do primeiro Campeonato Europeu da CBJJE, que aconteceu em Morges, nos dias 19 e 20 de setembro. O professor e competidor fala do desenvolvimento da modalidade na Europa.
“Já desenvolveu bastante. Em 2003 houve o primeiro Europeu, da IBJJF, em Lisboa, e deu uma impulsão. Em 2009 houve esse da CBJJE e espero que possamos conseguir o mesmo resultado na Suíça. O campeonato foi um sucesso, com 18 países inscritos e a tendência no próximo ano é de dobrarmos o número de atletas”, diz o faixa preta, que conta como iniciou o trabalho no país:
“Já trabalhava em academias de musculação e conheci pessoas que faziam judô aqui. Treinei com esse pessoal e vi que tinha que iniciar alguma coisa. Quando cheguei à Suíça, ninguém sabia o que era o jiu-jitsu brasileiro. Foi uma grande descoberta para eles e para mim também, que pude conhecer uma nova cultura. Hoje já temos mais de cinco academias, criamos uma Federação Suíça e espalhamos o jiu-jitsu por aqui. Com esse Europeu (CBJJE) que acabamos de realizar, o esporte só tem a crescer”, completa.
Gilson iniciou na modalidade no Rio de Janeiro, com Romero Jacaré, um dos responsáveis pela base da Alliance. Apesar de ter recebido a faixa preta de Roberto Roleta, defende a bandeira da academia Kimura Nova União, comandada por Jair Lourenço.
“Treinei com o Jair até a faixa marrom, mas já estava na Suíça há anos e não tinha um professor. O Roleta, que era meu amigo, esteve aqui para um seminário e me fez essa surpresa, mas realmente represento a bandeira da Kimura. Hoje contamos com três filiais aqui na Suíça e outras na Itália, França e Noruega. Essa última com 60 faixas brancas, o que indica que tanto a arte quanto a equipe crescerão muito. E os resultados estão aparecendo. Tínhamos o objetivo de 15 medalhas neste Europeu e superamos essa estimativa. Vencemos no geral por equipes e isso foi muito importante para a Nova União, que contou com muitos atletas da Kimura neste evento”.
Para se adaptar ao novo país e cultura não foi fácil. Hoje, um cidadão suíço, o treinador não troca de vida. “Quando vi chegar a neve foi uma descoberta. O primeiro inverno foi duro, mas havia dois amigos comigo e isso ajudou. Após isso fiquei, estudei e conheci uma pessoa bacana, com quem estou a mais de 15 anos junto, a Cristina. Tenho três filhos suíços e me adaptei completamente ao país”, finaliza.
Fonte TATAME
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